As dificuldades em gerenciar projetos na área pública constituem-se hoje num desafio importante aos gestores governamentais que precisam lidar com os anseios da população por politicas públicas de qualidade e também com a necessidade de transpor obstáculos políticos, técnicos e legais para alcançar resultados positivos.

Planejar e gerenciar custos, tempo e aquisições são necessidades iniciais dos gestores públicos para a execução dos projetos. No entanto, outros fatores não observados pela maioria são essenciais para garantir o sucesso dos mesmos, tais como: escopo, qualidade, riscos, comunicação, recursos humanos e partes interessadas.

Normalmente o foco está centrado nos aspectos financeiros, técnicos e legais. Já o lado “humano” do projeto é esquecido. Por ser uma área normalmente negligenciada no gerenciamento de projetos, as partes interessadas ou os “stakeholders” ganharam destaque na 5° edição do Guia PMBOK, publicado em 2013. O assunto não é novo, mas sim polêmico, já que sugere um acompanhamento regular dos interesses de todos os envolvidos no projeto.

As partes interessadas num projeto são todas as pessoas com capacidade de exercer influência positiva e negativa na execução do mesmo. O desafio é planejar e gerenciar ações para potencializar ou minimizar os impactos desses agentes de acordo com os objetivos e as necessidades do projeto. Para isso é necessário criar um plano de gestão para identificar, planejar, executar e monitorar os interesses das pessoas envolvidas direta e indiretamente no projeto.

Na área pública, os gestores precisam levar em consideração principalmente a comunidade local e os demais agentes políticos envolvidos. Para atender os anseios da população e garantir o seu apoio na execução de projetos públicos é necessário ouvir e torná-los participativos no processo desde o seu planejamento, execução até a prestação de contas. Comunicação e transparência são requisitos básicos para evitar atritos e garantir o apoio necessário para o sucesso dos projetos.